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agosto 9, 2019

A vacina é a forma mais eficaz de conter o Sarampo

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Autor:

Luciano Ducci

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Um caso confirmado de sarampo, outros dois sob investigação e um surto da doença no estado vizinho, São Paulo. Este é o cenário atual do sarampo no Paraná. O ministério da saúde subiu o nível de alerta no país e já avalia a possibilidade de decretar estado de emergência. O estado de São Paulo já confirmou 967 casos (dados de 6/agosto) e registra média de três novos por dia. A vacinação foi reforçada com campanhas em espaços públicos e também em empresas.

O Ministério da Saúde confirmou, somente entre 05 de maio a 03 de agosto, 907 novos casos de sarampo no Brasil, em três estados: São Paulo (901), Rio de Janeiro (5) e Bahia (1). Para o deputado federal Luciano Ducci, que é médico e estava à frente da secretaria municipal de saúde de Curitiba no último surto registrado na cidade, a única saída para conter o surto é a vacinação em massa, com campanhas de incentivo e apoio da iniciativa privada e sociedade civil.

“Para ser efetivo no controle desta doença, que mata, é necessário vacinar, pelo menos, 96% da população. Isso porque, o sarampo é altamente contagioso, cada pessoa infectada contamina, pelo menos, 16 outras pessoas”, comenta o deputado. Só para fins de comparação, uma pessoa com gripe, contamina por volta de seis outras pessoas.
Em 1999, frente a um surto que registrava 30 novos casos de sarampo por semana em Curitiba, a vacinação foi intensificada, o que conteve o crescimento da infecção e permitiu que a cidade e o estado ficassem protegidos desde então.

“É bastante preocupante a situação que vivemos hoje. O trânsito de pessoas entre estados é muito comum, o que propicia o aumento dos casos, em pouco tempo”, alerta o deputado.
O sarampo pode provocar morte e deixar sequelas como a diminuição da capacidade mental, a cegueira, a surdez e o retardo do crescimento.

No Brasil, a doença estava erradicada desde 2016. Ocorre que, em 2017, houve a menor cobertura vacinal da tríplice viral, a que protege contra o sarampo, em crianças com menos de 16 anos. Em 2018, o Brasil já enfrentou um surto, com o registro de 10 mil casos, em especial nos estado do Amazonas e em Roraima.

Quem deve tomar a vacina?

Quem tem até 29 anos deve receber duas doses para a imunização. Para quem tem entre 30 e 49 anos, o indicado é que recebam uma dose da vacina tríplice viral. Pessoas com doenças graves, acima 50 anos ou mulheres grávidas não devem tomar a vacina. A tríplice viral está disponível em todas as unidades básicas de saúde, de graça.

Luciano Ducci é curitibano, médico e Deputado Federal pelo estado do Paraná.

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