Biografia
Meu Trabalho e Vocação para a Medicina
O meu trabalho, também, é outro importante pilar da minha vida. Desde criança eu queria ser médico. A escolha da medicina e, depois, da pediatria marcaram definitivamente o meu caminho.


Atuação na Saúde Pública de Curitiba: Início e Vigilância Sanitária
Quando eu passei no concurso da prefeitura de Curitiba, fui trabalhar no postinho da Vila Trindade. Depois, na chefia da divisão de saneamento da secretaria da saúde, trabalhei em toda a municipalização da Vigilância sanitária, para que fosse um departamento forte e reconhecido. Até hoje, o trabalho da vigilância de Curitiba é referência nos protocolos sanitários para o Brasil.
Municipalização da Saúde e Implantação de Centrais em Curitiba
Na Diretoria de Assistência à Saúde trabalhei em toda a municipalização do sistema e na implantação da Primeira Central de Marcação de Consultas e Central de leitos, em 1992 e1993, respectivamente.


Experiência na Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
De 95 a 98, assumi a diretoria-geral da secretaria de estado da saúde, e participei da estruturação da rede das regionais, com a implantação da central de marcação de consultas especializadas, central de leitos e a Central de transplante no Estado. Nesta época, a saúde do Paraná foi avaliada como o melhor sistema público do Brasil. Esse resultado fez com que voltasse à prefeitura, desta vez como secretário da saúde.
Ascensão na Saúde de Curitiba: De Médico a Secretário Municipal
Dentro da estrutura do SUS da capital, comecei como médico do postinho do bairro, depois, participei da implantação da vigilância sanitária da cidade, Diretor de Assistência em Saúde, até chegar ao posto de secretário municipal da saúde. Com certeza, este foi outro marco importante da minha vida profissional. Depois de entender o trabalho do dia-a-dia, conhecer os processos, as dificuldades, chegar ao ponto de ser a pessoa que toma as decisões. Foi recompensador.


Inovações como Secretário da Saúde: Programa Mãe Curitibana
Em 1999, implantamos o Programa de Agentes Comunitários de Saúde e colocamos em prática um dos projetos do qual tenho mais orgulho, o Mãe curitibana. Reunimos práticas que já existiam, estabelecemos protocolo de atendimento, com exames, consultas. Incluímos exames, como o da toxoplasmose e HIV e, principalmente, ouvimos as mães. Com isso, implantamos um sistema de leitos para gestantes.
E a partir do programa, estabelecemos um relacionamento da mãe com o hospital e a equipe que faria o atendimento e o parto. Antes, a mãe tinha que buscar o atendimento na hora em que fosse ter o bebê. Nos meus anos de saúde pública, muitas das coisas que fizemos foram com este espírito. De organizar, de entender o que era necessário, importante para quem era atendido e tornar possível dentro do sistema.
Ingresso na Política: Deputado Estadual e Legislação em Saúde
Em 2002 venci a minha primeira eleição, me tornei deputado estadual pelo PSB. Foi a minha primeira experiência no legislativo. Consegui apresentar projetos importantes, sempre com foco na saúde. Sou autor da lei que instituiu o Programa Mãe Paranaense, o Código de Direitos dos Usuários do SUS, a Lei contra a Discriminação dos Portadores de HIV e da Emenda dos 12% do orçamento do Paraná para a saúde.


Vice-Prefeitura de Curitiba e Estruturação de Urgências Médicas
Em 2005, me tornei vice-prefeito de Curitiba, com a função de coordenar a implantação do plano de governo. Neste período, intensificamos o trabalho estratégico. Na saúde, estruturamos o pronto-atendimento de emergências, com os Centros Municipais de Urgências Médicas, os CMUMs, que tinham estrutura de mini-hospitais com leitos e atendimento 24 horas.
Prefeitura de Curitiba: Realizações e Reconhecimento
Em 2010, assumi a prefeitura de Curitiba. Sem dúvida, uma das grandes realizações da minha vida pessoal, profissional e política. Apesar de nunca ter perseguido a carreira política, ela naturalmente passou a fazer parte da minha trajetória. Acredito que tenha partido da experiência técnica como servidor e da minha história com a saúde pública. Na prefeitura, encontrei uma forma de retribuir o meu amor pela cidade que tanto me deu.
Fizemos mais de 7500 obras em pouco mais de 2 anos. Entregamos mais de 10 mil casas, abrimos mais de 10 mil vagas em creches, o que dobrou a capacidade da cidade no atendimento às crianças.
Trabalhei pelos servidores, pela saúde. Implantei as 30 horas para os profissionais da enfermagem, plano de carreira para os servidores. Na área social, tivemos a maior redução da pobreza e da miséria entre todas as capitais, com empregos e renda acima da média nacional. Ganhamos vários prêmios, como Prêmio Prefeito Inovador (do Movimento Brasil Competitivo), Prêmio Destaque Prefeito Amigo da Criança (da Fundação Abrinq) e o Prêmio das Américas da ONU, pelas ações da rede de proteção às gestantes e bebês.
Em 2012, outro grande projeto se tornou realidade, o Hospital do Idoso Zilda Arns, o primeiro do Brasil especializado no atendimento aos mais velhos. E que foi fundamental para a cidade na época da Pandemia de Covid 19.


Atuação em Brasília: Deputado Federal e Defesa dos Municípios
Em 2014, me elegi o deputado federal mais votado do PSB do Paraná. Aliás, Já tinha a experiência na gestão, no poder executivo, e como parlamentar, entendi que poderia contribuir de outras formas. A minha visão política se ampliou. O fato de ter sido prefeito me fez entender como era importante poder contar com o apoio de parlamentares em Brasília.
Pela minha vocação municipalista, dediquei o meu mandato a defender os interesses dos municípios do meu estado. O que em 2018, me ajudou a me reeleger deputado federal.
Assumi a relatoria da comissão especial da cannabis medicinal em 2019. Com a aprovação do projeto em 2021.
A tensão política desses anos e a pandemia fizeram com que o parlamento se voltasse às questões urgentes da saúde e a dar conta de auxiliar a população a garantir o sustento. Fui o autor da lei que determinava o uso de máscaras no território nacional, defendi os recursos para as vacinas, para o SUS e hospitais filantrópicos. Em 2022, me reelegi para o meu terceiro mandato como deputado federal.
Como Penso: Valores e Aprendizados
Além da minha trajetória pessoal e profissional, os aprendizados da vida que trago comigo, valores da minha família, são muito de quem eu sou. A dedicação ao serviço público, desde muito cedo e na área médica, me aproximou muito das pessoas. E me deu uma perspectiva maior sobre a cidade que eu vivo e sobre as pessoas que moram nela. Acredito no respeito, no cuidado, na proteção aos mais vulneráveis. Quando você trabalha direto com as pessoas e com as dores delas, não tem como ficar alheio.

O Que Quero para o Futuro: Brasil e Curitiba
Com certeza desejo um futuro bom para o nosso país, que as desigualdades sociais que tanto nos definem se tornem cada vez menos importantes. Que o país possa dar perspectiva de futuro para que as pessoas se desenvolvam. Possam ter uma vida digna, com saúde, com casa, comida, educação e que consigam sonhar. Penso muito também na minha cidade, Curitiba.
Sempre vou ter uma dívida de gratidão com a cidade que acolheu a minha família e que me propiciou as oportunidades que eu tive. Curitiba é uma cidade maravilhosa. Que me dá muito orgulho. Por décadas, vivemos na vanguarda, com soluções criadas aqui e exportadas para o mundo.
Pensar a cidade sempre foi vocação do curitibano. Já fomos modelo de transporte, de mobilidade, de urbanização, de meio ambiente, de saúde. Só que para uma cidade evoluir sempre, ela precisa estar em movimento, criando coisas novas. E há algum tempo, a cidade não produz mais tantas soluções criativas como as que fizeram dela um modelo para todo o país.
Não, Curitiba está longe de ser uma cidade média, é uma ótima cidade, mas os nossos problemas hoje são semelhantes aos de outras tantas cidades do Brasil. O que eu desejo para o futuro é a mesma coisa que muitos dos curitibanos desejam, ter uma cidade que propicie qualidade de vida às pessoas e que nos dê orgulho por suas soluções.
Eu sei que o trabalho de deixar a cidade limpa, com as ruas bem asfaltadas é importante, mas está longe de ser suficiente para uma cidade como a nossa. Os bairros precisam da atenção do poder público também. E principalmente, as pessoas precisam ser vistas.
Não podemos aceitar que a pobreza seja escondida, nesse conceito de cidade higienista, que não se importa, empurra as pessoas pra longe e finge que o problema não existe. Os riscos de uma cidade que pensa assim é de o problema se tornar tão grande, que acabe por causar transformações irreversíveis na cidade. Em 2012, não me reelegi para a prefeitura de Curitiba. Perder uma eleição é da democracia.
Não me ressinto com isso, e não me ressenti mesmo, à época. Por outro lado, acredito que a cidade perdeu muito. Não porque Eu perdi a eleição, mas pelo momento bom em que Curitiba estava. Tínhamos o melhor projeto de metrô do Brasil, avaliado pelo Ministério das Cidades, tínhamos recursos para terminar obras importantes.
Infelizmente, projetos que não foram levados à frente e recursos que foram perdidos. Eu sempre entendi que as cidades são organismos vivos que precisam de planejamento e de projetos e muitos deles são a longo prazo. Independente de questões ideológicas ou partidárias, a população não pode ser penalizada. Dar continuidade ao que é bom, não perder recursos, tempo, é obrigação de quem é eleito.